Foi uma briga estranha que começou com o lançamento de Trolls: World Tour, que a Universal enviou direto para streaming, ignorando inteiramente os cinemas durante a pandemia de Coronavírus. Apesar de correr esse risco, o filme se saiu bem, talvez muitobem para alguns, poisprovocou uma resposta frustradada AMC Entertainment já em dificuldades.
Como resposta à decisão da Universal, a AMC, talvez motivadapor seus próprios problemas financeiros, tentou forçar a empresa, anunciando que não exibiria mais os filmes da Universal até que algum tipo de concessão fosse feita. Embora seja improvável que a mudança seja sustentável a longo prazo, parece ter estimulado pelo menos alguma tentativa de compromisso, com as duas empresas anunciando um novo acordo esta semana.
A principal mudança neste acordo é a “janela teatral”, a quantidade de tempo que o estúdio deve se comprometer a ter seu filme nos cinemas antes de liberar formas alternativas de ver o filme. Por décadas, os cinemas permaneceram firmes em sua insistência de que têm direitos exclusivos de filmes por 90 dias. Esta é a principal razão pela qual leva tanto tempo para os grandes filmes se tornarem disponíveis para compra após sua exibição inicial. O novo acordo da Universal com a AMC reduz consideravelmente esse período de tempo, reduzindo o período de exclusividade do teatro para três finais de semana, meros 17 dias. A mudança permite que a Universal disponibilize seus filmes para compra sob demanda assim que a exclusividade expirar.
Essa mudança é inédita para os cinemas, permitindo que os estúdios, pela primeira vez em décadas, lancem seus filmes para outras plataformas no primeiro mês de sua estreia nos cinemas. A AMC também obtém algo do acordo, com a Universal afirmando que o acordo compartilhará os fluxos de receita do lançamento sob demanda com a AMC de alguma forma.
O acordo da Universal com a AMC representa uma mudança significativa na indústria. Pela primeira vez em muito tempo, há a sensação de que os cinemas não são mais os reis do mundo do cinema e que grandes empresas como a AMC podem ter que se adaptar à medida que perdem parte de sua influência para novas plataformas e métodos de entrega. Embora este novo acordo represente uma espécie de compromisso entre estúdios e cinemas, não há dúvida de que ambas as partes estarão avaliando suas opções cuidadosamente à medida que avançam cada vez mais nesta nova era cinematográfica.