A indústria de videogames passou por saltos tecnológicos com uma regularidade alarmante, passando de gráficos 3D rudimentares para cenas quase fotorrealistas em apenas algumas décadas, além de outros grandes avanços. No entanto, essa inovação não vai parar por aí, pois os jogadores podem em breve ter um novo tipo de tecnologia que é ainda superior à realidade, de acordo comGabe Newell, da Valve.
Durante uma entrevista recente com 1News, Newell elaborou sobre o que era possível cominterfaces cérebro-computador, ou BCIs, e como eles poderiam inaugurar uma nova era de videogames. De acordo com Newell, os BCIs seriam capazes de ler as emoções humanas e personalizar uma experiência de jogo em torno dessas emoções. Por exemplo, se um usuário estivesse ficando entediado, o BCI seria capaz de aumentar a dificuldade para manter os jogadores envolvidos.
As potenciais aplicações da tecnologia também não param por aí. Com o tempo, Newell acredita que os BCIs seriam capazes de modificar as emoções de um usuário. “Onde fica estranho é quando quem você é se torna editável por meio de um BCI”, afirmou Newell. Newell continuou dizendo que, graficamente, os jogos podem ser diferentes de tudo que os humanos já experimentaram, possivelmente até fazendo o mundo real parecer “plano, incolor, embaçado, comparado às experiências que você poderá criar no cérebro das pessoas”.
A tecnologia parece mais algo saído da ficção científica do que da realidade. No entanto, aValveestá atualmente trabalhando com headsets OpenBCI para tornar o conceito real. A OpenBCI fabrica headsets como o Galea, que é projetado especificamente para funcionar com headsets de realidade virtual existentes, ajudando os primeiros pesquisadores a perceberem plenamente o potencial da tecnologia. De acordo com Newell, qualquer pessoa em um laboratório de desenvolvimento de software em 2022 sem algum tipo de BCI estará cometendo um “erro bobo”.
A Valve não tem planos de lançar um fone de ouvido como um produto de consumo, pelo menos ainda não. Newell disse que no ritmo que aValve está pesquisando atualmente, não faria sentido lançar um dispositivo apenas para desbloquear novos recursos significativos seis meses depois. No entanto, a tecnologia não está tão longe quanto algumas pessoas podem pensar e, de acordo com Newell, é mais uma questão de certificação do que científica neste momento.
Existem, no entanto, inconvenientes. É possível que os desenvolvedores usem o dispositivo para fazer os jogadores sentirem dor ou outros sentimentos desconfortáveis. Isso significa que, como em outras tecnologias, há um grau de confiança em seu uso, diz Newell. Além disso, nem todos se sentiriam à vontade para experimentar a tecnologia em primeiro lugar, o que alimentaria seu próprio conjunto de desafios a serem superados.
Para os jogadores, isso pode significar uma era radicalmente diferente dos videogames, ampliando os limites da jogabilidade e da realidade. No entanto, é fácil ver as aplicações do mundo real para uma tecnologia tão avançada como esta, como terapia ou qualquer outro tipo de aconselhamento. Por enquanto, porém, a bola está no campo da Valve.